Elisa Fernandes concretiza em álbum carreira de quase uma década nos palcos

Gestado como o primogênito de sua criadora, o álbum “ELISA” é a estreia da cantora e compositora Elisa Fernandes. Após anos transitando pelos palcos, a artista revela seu primeiro disco ao público. O trabalho já está disponível para streaming.

Ouça “ELISA”: http://sl.onerpm.com/elisa 

“Lançar um álbum autoral me parece mesmo algo como colocar um filho no mundo. Todas as minhas atenções se voltam pra esse novo ser que vai nascer e ter a vida que tiver de ter, independentemente das minhas expectativas. Ele vai ser livre, pra viver como quiser e ser ouvido por quem quiser”, compara.

“ELISA” surge após uma longa caminhada de oito anos desde que a artista se descobriu compositora. O talento foi sendo lapidado, inicialmente, em saraus espalhados pelo Rio de Janeiro. Foi em território carioca, onde a cantora mora desde 1983, que ela também fundou o coletivo de compositores Nós de Cabrália, através do qual se descobriu cantora.

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Afilhada musical de Monarco, sambista e líder da Velha Guarda da Portela, Elisa cresceu frequentando as quadras das escolas de samba do Rio. No primeiro disco, no entanto, o samba aparece nas entrelinhas, deixando o gênero que faz ferver as rodas para um outro momento da carreira.

“ELISA” é um disco de pura MPB, feito para tocar amantes do gênero. Entre as referências da artista estão Chico Buarque, Angela Ro Ro, Gilberto Gil, Sandra de Sá, Chico César, Paulinho da Viola e Vander Lee, para citar alguns, além do padrinho Monarco.

Inicialmente, Elisa planejava lançar o projeto em março deste ano, mas um período de isolamento social intenso fez a cantora manter o trabalho em quarentena – até agora. Buscando oferecer um pouco de alívio em tempos tão difíceis, ela faz do CD a dose de ânimo que faltava para o público que a acompanha e para si própria.

“Além de não saber bem o momento ideal para lançar, eu tinha uma preocupação grande se o trabalho seria apenas mais um disco de MPB falando de amor e se seria ouvido num momento como esse que estamos vivendo. Mas tô falando do meu jeito de amar, que é o jeito de amar de muitas mulheres que amam outras mulheres, e decidi bancar o amor, o amor lésbico, principalmente em tempos de tanto ódio, tanta dor e sofrimento”, sintetiza Elisa.

Prestes a ver o projeto ganhar vida pública, a cantora faz uma rápida visita ao passado ao se apropriar de gêneros como pagode, samba e MPB, que fizeram parte de sua vida desde a infância. Foi aos 28 anos que começou a se apresentar cantando suas músicas profissionalmente. Hoje, aos 37, não esquece das influências da infância. Tanto que dedica “ELISA” à sua avó Mimi, a dona Maria Emília, de 91 anos, responsável por matricular a neta nas primeiras aulas de violão.

Sem shows presenciais de lançamento marcados, respeitando o isolamento social, “ELISA” chega cem por cento digital. São oito músicas que tiveram produção musical, arranjos, bandolim e violões de Mário Wamser (exceto “Voltei”, com violão de Matheus Prevot), violoncelos de Federico Puppi e bateria de Gabriel Barreto. Com preparação vocal de Suely Mesquita, o álbum foi gravado nos Estúdios Ouvido em Pé e MiniStereo. A foto de capa é de Alice Venturi.

Algumas faixas já foram apresentadas em plataformas digitais e reúnem, até aqui, quase um milhão de audições. A partir de agora, o público poderá conhecer o trabalho completo.

Ouça “ELISA”: http://sl.onerpm.com/elisa 

Fonte: Nathália Pandeló Corrêa

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