Mesmo atravessando um período difícil como foi a pandemia, a Organoclorados conseguiu manter um certo ritmo de trabalho e produziu uma série de singles nos últimos anos. Como resultados, vieram os álbuns Efeito Residual (Trinca de Selos e Tocaia Selo, 2020) e Saudade da Razão (Kyrios, 2022). Além disso, a banda também continuou a lançar vídeos. Parecia que era hora de um descanso para recarregar as baterias, mas a Organoclorados surpreende ao anunciar uma novidade ainda no primeiro trimestre de 2023. Trata-se da canção inédita Take Me Down, que foi escrita originalmente em inglês.
É inegável que os serviços de música possibilitam o alcance planetário de qualquer música ou artista. Por outro lado, nem sempre esse potencial é inteiramente aproveitado ou traz resultados concretos. A partir do álbum Quântico (Discmídia, 2018) que foi tema de resenha em uma revista norte-americana voltada à música independente, a banda viu crescer o interesse de rádios, webradios, blogs de música, revistas digitais, canais de YouTube e até alguns programas de TV, não só brasileiros, mas especialmente da América Latina e Estados Unidos.
Além da veiculação de suas músicas, os integrantes contabilizam dezenas de entrevistas para rádios e programas, artigos e notas publicadas, participações em festivais internacionais on-line, alguns transmitidos ao vivo. Ao mesmo tempo, ampliou-se de forma consistente o conteúdo musical distribuído nos serviços de streaming e vídeos. A inclusão de músicas em um número considerávelde playlists, muitas delas internacionais tornou-se algo frequente. Tudo isso encorajou os músicos da banda a apostar na experiência com o single Take Me Down que chegou aos serviços de música no último 17 de março.
Embora não seja a primeira vez que a banda grava uma música em outra língua, pois já possuem no currículo uma música em inglês (For You, Girl) e uma em espanhol (Cruce Inusitado), dessa vez os músicos da Organoclorados pretendem expandir ainda mais esse alcance além fronteiras e nesse sentido “Take Me Down” revela uma estratégia pensada para introdução e posicionamento junto a um nicho do público internacional. “Temos consciência de que a forma autogerida e independente é algo modesto, pois não conta com os recursos de gravadoras, produtoras ou grandes selos, mas assim mesmo resolvemos nos atrever nessa iniciativa”, pontua André G.
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Conhecida pelas raízes que crescem no solo fértil do pós-punk e por processar múltiplas vibrações no gênero rock, em “Take Me Down” a Organoclorados incorpora nuances dos timbres de guitarras e texturas de violão clássico e piano. Segundo Artur W (guitarra e voz), a construção musical que eles conseguiram elaborar “resultou em uma atmosfera melancólica, com um sutil toque desafiador que cresce de maneira envolvente até atingir um clímax de despedida carregada de dor e alívio, com acenos ao progressivo e ao hard rock”. O baterista Joir Rocha diz que gostou bastante do resultado final e opina que “os arranjos instrumentais buscaram criar um pano de fundo para a poesia que marca a letra, reforçando sua dramaticidade”.
“Take Me Down”:
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Fonte: Collapse Agency