Com 16 anos no Carnaval de São Paulo, a apresentadora e empresária Josi Aoas é hoje madrinha da Unidos de Vila Maria. Nesse tempo, já passou por quase tudo, como ela mesma diz. De alegrias a imprevistos, que quase a tiraram da avenida. Esse foi seu primeiro ano à frente da bateria. Até então ela desfilava na frente do abre-alas.
“Quase todo mundo imagina que Carnaval é só glamour, mas não é nada disso”, começa rindo. “No ano passado, por exemplo, tive que trocar a fantasia a 72 horas do desfile. O carnavalesco olhou e disse: está muito luxuosa para um enredo afro. Vamos mexer, deixar mais rústico. E então começou a correria para mudar praticamente tudo. Achei que fosse ficar fora do desfile”, lembra.
Neste ano, apesar de não enfrentar perrengues, Josi tem que lidar com um revés. A escola não conseguiu subir para o grupo especial. Mas ela faz um balanço positivo do Carnaval, diz que a escola teve humildade para consertar erros, conseguiu unir ainda mais a comunidade e fez um desfile de campeã.
“De longe não era o resultado que esperávamos. O mais importante: levamos alegria para a avenida, levantamos o público e vivemos o Carnaval como nunca. Como já disse outras vezes, sou Vila Maria e independente do grupo, se é especial ou acesso, estou junto até o fim. A sensação é de missão cumprida. Fizemos um desfile lindo, mágico. Unidos vamos retornar ao nosso lugar. Não adianta lamentar, vamos levantar a cabeça e buscar o nosso título. Não estou na escola por cinco minutos de fama, a Vila Maria faz parte da minha vida”, diz.
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Josi também superou críticas pelo seu samba e sua origem. Sem se importar com os haters, se motivou para buscar novos passos e melhorar sua performance. “Era por mim. Nada me fez desistir. Mais uma vez, tive que ser forte. Acho que o samba não tem origem. O Carnaval é democrático, é o símbolo maior da diversidade”, defende. “Infelizmente existe uma rivalidade. As mulheres deveriam se ajudar mais, se apoiar mais. A maioria das críticas vem justamente de mulheres, é triste e dolorido isso”.
Tanto esforço e superação rendeu então o convite para estrear na bateria. E pelo primeiro ano Josi encarou uma preparação física especial. Ela intensificou os treinos, passou a cortar exageros na alimentação e não perdeu nenhum ensaio. “Não fiquei devendo no samba, estou feliz e realizada, orgulhosa da minha evolução. O esforço é maior na frente da bateria, tive que me dedicar mais. Saio com a cabeça erguida, sem medo de rótulos e críticas. Vivi um Carnaval feliz”, resume.









