Depois de marcar presença em duas faixas do elogiado álbum “OXEAXEEXU”, do BaianaSystem, a cantora chilena Claudia Manzo recebe o grupo na sua faixa inédita, “Água Benta”. O single antecipa seu novo álbum, “Re-voltar”, e se une a outras duas canções já reveladas: “Vacilão” (com Mariana Cavanellas) e “Re-volta”. “Água Benta” chega às plataformas de streaming e, em breve, ganha um clipe.
Ouça “Água Benta”: https://tratore.ffm.to/agua-benta
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A união de ritmos da música de raiz latinoamericana de Claudia Manzo com a potência sonora do BaianaSystem faz da nova colaboração um verdadeiro caldeirão musical impulsionado por uma letra igualmente forte. A origem desse encontro está nas manifestações de rua no Chile, que sofreram pesada repressão policial e fizeram a cantora radicada no Brasil buscar plataformas de artistas dispostos a compartilhar vídeos e relatos não mostrados na mídia tradicional. Através de DMs de Russo Passapusso, vocalista do BaianaSystem, Claudia foi convidada a uma participação no álbum do grupo. Agora, é ela quem recebe o coletivo em uma canção que mescla todas as suas interseções artísticas e visão de mundo.
“Na revolta chilena de outubro de 2019 eu já estava morando no Brasil e comecei a receber notícias do Chile que não chegavam aqui e eram horríveis, de mortes, repressão, estupros, por parte do Estado contra o povo que estava se manifestando. Me veio um desespero, entrei no Instagram e mandei mensagem pra alguns artistas que eu sentia que iam compartilhar nos seus perfis. Russo me respondeu, me pediu pra explicar melhor a situação e que fosse compartilhando o material que eu recebia com ele. Russo me perguntou se eu cantava ou fazia música e eu disse que sim. Nesse momento ele me enviou a música ‘Capucha’, o instrumental”, relembra Manzo. No fim de 2020 foi possível gravar não apenas essa canção, como também “Pachamama”, onde ela faz um rezo e toca o cuatro.
A letra de “Água Benta” remete ao respeito com a história ancestral, tradições e manifestações da Abya Yala – como a América pré-Colombo era conhecida na língua do povo Kuna, significando “Terra madura”, “Terra Viva” ou “Terra em florescimento”. A faixa aborda a vida e morte como algo natural, o purgatório terrestre em defesa da ancestralidade e dos sons que transitam entre o céu e a terra para nos libertar. Desse canto de resistência, a guitarra baiana de Roberto Barreto, o violão de sete cordas de André Milagres, os beats e a poesia cortante, entre Português e Espanhol, surge uma canção sobre identidade.
“Eu fiz o convite desta vez para Russo Passapusso e acabou entrando o BaianaSystem como parceiro, foi um processo muito especial. Ela vem dessa vontade da gente poder ainda ser o que éramos antes da colonização nos limitar”, resume Claudia.
“Re-voltar” será o segundo disco da artista, após a estreia “America por una mirada femenina”, lançado em 2017. Definindo-se como uma cantora e musicista brachilena vivendo em Belo Horizonte, Claudia Manzo faz da sua canção uma via de encontro com a América Latina, seu povo, história e cultura.
Fonte: Build Up Media