“Reza a lenda que o segundo álbum de uma banda é o mais perigoso de toda a sua carreira, falam até em ‘maldição do segundo álbum’. Para quebrar essa maldição, decidimos fazer esse álbum totalmente diferente do primeiro, compondo-o inteiro em inglês”, revela Henrike Baliú, vocalista da Armada. “Tales Of Treason”, lançado nesta segunda-feira (13), conta com nove faixas produzidas e mixadas por Átila Ardanuy, e masterizadas por Ade Emsley, responsável pelos últimos trabalhos do Iron Maiden. O álbum leva a assinatura da gravadora americana Pirates Press Records, que em parceria com a Comandante Records, lança nos Estados Unidos e na Europa a versão do disco em LP. No Brasil, “Tales Of Treason” sai em CD sai pela TGR Sounds.
“O parto desse álbum foi complicado, nasceu com fórceps”, conta o vocalista. “Logo que acabamos de gravar os instrumentos e a voz de uma música, veio a pandemia do Covid-19. Aí a gravação ficou parada por alguns anos e só conseguimos retomar quando o mundo voltou ‘ao normal’. E mesmo assim foi demorado, a Armada é muito exigente e detalhista, mas acredito que fizemos um ótimo disco, com letras fortes e atuais”.
O segundo álbum da Armada, apesar de ser cantado em inglês, apresenta o cenário brasileiro como temática. “É um disco para o gringo entender melhor o Brasil e para os brasileiros saberem que ainda existem bandas dispostas a incomodar, mesmo cantando em inglês”, diz Henrike, que foi surpreendido com a repercussão de “Bullet Through The Heart”, single que traz à tona a lembrança dos anos de ditadura militar no Brasil e causou desconforto nos revisionistas históricos militantes da extrema direita.
Após o lançamento dos singles “Bullet Through The Heart” e “São Paulo City”, a faixa de trabalho escolhida para divulgar o álbum é “Wrong Side Of America”, composta pelo baixista Mauro Tracco. “Quando a gente decidiu lançar um disco em inglês, por uma gravadora dos Estados Unidos, eu achei que deveria fazer uma música sobre o que é nascer e viver na América Latina, o ‘lado errado da América’, a terra que é cheia de santos, mas controlada por demônios desde que foi colonizada. De qualquer jeito, o tema não é explícito na letra. Tenho minhas dúvidas se o pessoal de lá vai captar a mensagem, mas quem mora ao sul do muro que eles construíram com certeza vai se identificar”, conta o baixista.
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Ainda que a Armada tenha gravado “Tales Of Treason”, a mudança no idioma não é definitiva e a banda já está preparando novas músicas em português. “Gravamos este álbum em inglês para ele soar diferente do anterior, para saber se a gente conseguia. E deu certo, funcionou, foi uma experiência gratificante, mas já estamos compondo músicas novas em português. Sei lá, se eu falasse alemão fluentemente, como eu falo inglês, gravaria um disco da Armada em alemão, sabe, só para ver como soaria”, explica Henrike.
O show de lançamento de “Tales Of Treason” já tem data marcada, acontecerá em 7 de julho, no Hangar 110 em São Paulo.
Ouça “Tales Of Treason” no seu tocador favorito:
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