Déo Garcez sai de cena em O Outro Lado do Paraíso faz espetáculo Luiz Gama – Uma Voz Pela Liberdade

No mês em que marca os 130 anos da abolição da escravatura no Brasil, a peça “LUIZ GAMA – Uma voz pela liberdade” entra em cartaz no Centro Cultural Justiça Federal (CCJF) para reviver a trajetória do maior abolicionista nacional. Luiz Gama foi ex-escravo, jornalista, poeta, advogado autodidata e responsável pela libertação de mais de quinhentos escravos do cativeiro ilegal. Foi considerado oficialmente advogado em 2015, pela OAB, e, este ano, foi declarado por Lei como patrono da abolição da escravidão e herói da pátria. Apagado pela história e esquecido pela educação, Luiz Gama ressurge de corpo e alma no palco por meio da interpretação potente e marcante dos atores Déo Garcez e Nívia Helen. O espetáculo fica em cartaz de 11 de maio a 3 de junho, às sextas, sábados e domingos, sempre às 19 horas.

A biografia dramatizada “LUIZ GAMA: uma voz pela liberdade” é dirigida por Ricardo Torres e retrata não só a importância de Luiz Gama para o Brasil, mas, também, traz à tona reflexões sobre o preconceito nosso de cada dia. A dramaturgia, idealizada pelo ator e autor Déo Garcez, traz a força de um Brasil que luta contra a desigualdade racial. Nívia Helen completa a história do herói brasileiro passeando por diferentes personagens, sendo apresentadora, musa inspiradora e Luísa Mahin, mãe do abolicionista.

 


Nívia Helen em cena LUIZ GAMA | Foto Vivian Fernandéz

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                “Trazemos um novo formato de espetáculo intitulado: biografia dramatizada. Ele nos permite apresentar Luiz Gama a partir de seus escritos e de personagens que circulam por sua história. Os temas abordados são muito atuais, o que instiga o público a refletir e a propor novas discussões sobre a temática em suas realidades”, afirma o diretor Ricardo Torres.

A concepção da peça se baseia em uma visão histórica da vida de Luiz Gonzaga Pinto da Gama. Nas cenas, o ator Déo Garcez provoca diálogos que evocam a luta contra o racismo e a discriminação presente na sociedade brasileira do século XIX. A cenografia remete a uma ambientação clássica e intimista. Com uma mesa de canto e duas cadeiras antigas, o ator trabalha a dualidade das expressões teatrais; ora está sentado lendo, em momentos de reflexão e ora levanta-se para denunciar as mazelas da sociedade escravocrata. Seu movimento corporal é parte do jogo de revolta e embate envolvendo o advogado e a sociedade. Além disso, o espetáculo traz a mãe de Luiz Gama, encenada por Nívia Helen. Ela é múltipla, sendo consciência, mãe e narradora que transcende a cena, levando o público ao mergulho na dramaticidade.

O roteiro foi idealizado a partir da mescla entre a vida e obra de Luiz Gama. Em muitos momentos Déo Garcez traz poemas e textos do próprio abolicionista, dando mais veracidade a interpretação. Além disso, as cenas formam um constante jogo entre o que foi e o que é: a reflexão sobre a discriminação no passado com a reflexão sobre ela nos dias atuais.

 

 

 Déo Garcez em cena LUIZ GAMA | Foto Vivian Fernandéz

 

 

 SINOPSE:

 

A peça “LUIZ GAMA: uma voz pela liberdade” relata a história de um advogado negro que viveu entre 1830 e 1882, sofrendo todas as mazelas de se nascer numa época em que a cor da pele era sinônimo de servidão. Luiz Gama seria apenas mais uma criança com a realidade marcada pela sociedade escravocrata. Mesmo tendo nascido livre, já que seu pai era branco e sua mãe uma escrava alforriada, foi vendido como escravo, aos 10 anos, pelo próprio pai para pagar uma dívida de jogo. Gama desafiou o mundo e mudou seu destino. Aprendeu a ler e escrever e, depois, frequentou como ouvinte às aulas da faculdade de Direito. Como advogado, mesmo sem ter o diploma, atuou em defesa dos negros, libertando mais de 500 escravos do cativeiro ilegal.

A peça é um manifesto sobre um homem que lutou bravamente contra o preconceito racial, a favor da dignidade humana e em especial pela libertação dos escravos no Brasil. Vítima de exclusão histórica, Luiz Gama recebeu em 3 de novembro de 2015, após 133 anos de sua morte, o título de Advogado da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

O roteiro convida o público a repensar a realidade histórica de nosso país e permite uma intrínseca reflexão sobre nossos preconceitos contemporâneos preconizados na herança de um passado desigual e opressor.

As temáticas abordadas no espetáculo vão ao encontro das premissas do Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana. A peça se propõe a ser, também, uma atividade de ensino e de promoção das relações étnico-raciais para jovens estudantes.  

 

Em síntese, a peça é uma biografia dramatizada de Luiz Gama, ex-escravo, jornalista, poeta, primeira voz negra da literatura brasileira, advogado abolicionista que libertou mais de quinhentos escravos do cativeiro ilegal, reconhecido oficialmente como advogado em 2015 pela OAB, hoje considerado o patrono do abolicionismo brasileiro e herói da pátria. O espetáculo convida o público a repensar nossa história oficial, trazendo uma importante reflexão sobre nossos preconceitos contemporâneos.

 

 

 Déo Garcez em cena LUIZ GAMA | Foto Vivian Fernandéz 

 

 DÉO GARCEZ que atualmente faz a novela O OUTRO LADO DO PARAÍSO, de Walcyr Carrasco, na Rede Globo de Televisão, onde interpreta o personagem delegado Martinho, de Pedra Santa, formou-se em Bacharelado em Artes Cênicas e em Licenciatura em Artes Cênicas, ambas na Faculdade de Teatro Dulcina de Moraes em Brasília-DF, tendo sido aluno da própria Dulcina.  Por causa de seu envolvimento com a figura histórica de Luiz Gama, inclusive com a montagem do trabalho sobre ele, Déo foi convidado para integrar a Comissão da Verdade da Escravidão Negra no Estado do Rio de Janeiro pelo Presidente da CNVEN, Dr. Humberto Adami dos Santos Junior. Morando no Rio desde 1992, Déo Garcez tem em seu no currículo cerca de cinquenta peças teatrais entre autores nacionais e estrangeiros, tendo participado de diversos espetáculos ligados à causa da negritude. Das novelas as quais participou, destacam-se o Mucamo Paulo em “Xica da Silva” (Manchete), o André de “A Escrava Isaura” (Record), Senhor Morales em “Carrossel” (SBT) e Ezequiel em “O Cravo e a Rosa” (Globo). Dentre os prêmios de ator destacam-se o Troféu Raça Negra de Melhor Ator em 2007 pela AFROBRÁS–SP e o Prêmio Arleguim de Melhor Ator do Festival de Teatro do Rio de Janeiro em 2010.

 

 Nívia Helen em cena LUIZ GAMA | Foto Vivian Fernandéz

 

 

Atriz: NÍVIA HELEN, atriz formada pela Universidade de Brasília-UnB, apresentadora, telejornalista, dubladora, diretora e professora de teatro. Trabalha profissionalmente há 27 anos na área e tem em seu currículo 3 novelas na Rede globo (Laços de Família, Começar de Novo e Paraíso Tropical), além de várias participações em novelas e programas de Tv na Globo e Rede Record, apresentou programas na TV Cultura, TVE (Canal Brasil), Rede Petrópolis de Televisão, reportagens na Rio TV Câmara, além de muitos institucionais, 05 peças de teatro, 06 filmes e uma indicação à melhor atriz no Festival Internacional de Cinema de Brasília.

 

 Ricardo Torres (Diretor) | Foto: Vivian Fernández

 

DIRETOR: RICARDO TORRES já dirigiu peças de grandes autores do teatro mundial: Harold Pinter, Maquiavel, Jean Genet, Garcia Lorca, Michel de Ghelderode e Oscar Wilde; do teatro nacional: Dias Gomes, Jorge Andrade, Alcione Araújo, Luiz Fernando Emediato e WJ Solha; e várias de sua própria autoria. Além de autor e diretor, também faz cenários, figurinos, adereços e sonoplastia. É, ainda, roteirista, professor, professor de teatro para terceiro grau e jornalista.

 

SERVIÇO:

LUIZ GAMA: uma voz pela liberdade

Com Déo Garcez e Nívia Helen – Direção: Ricardo Torres

Produção: Alan de Jesus e Mário Seixas / MS Events

De 11 de maio a 03 de junho de 2018

Sextas, sábados e domingos, às 19h.

CCJF – Centro Cultural Justiça Federal – Avenida Rio Branco, 241, Centro, Rio de Janeiro/RJ.

Ingressos: R$ 30 inteira e R$ 15 meia-entrada

Vendas: ingressorapido.com.br

Duração: 55 minutos

Classificação: Livre

 

 

Fonte: Marcia Araujo

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