Post-rock, João Bosco, Elis, Beatles, Caetano, rock africano e Radiohead se encontram no mosaico psicodélico do EP “Catapoeira”, lançamento d’A Outra Banda da Lua. Olhando para suas origens sem perder o foco no futuro, o trabalho vem para anunciar uma nova formação – a vocalista, Marina Sena (Rosa Neon), passará a se dedicar à sua carreira solo -, mas também celebrar os cinco anos de trajetória que levaram o projeto a palcos de destaque no cenário nacional.
O caldeirão sonoro d’A Outra Banda da Lua transforma referências do rock rural afro psicodélico em identidade. Propondo um diálogo entre sua raiz norte mineira e uma forte carga afro-indígena com culturas do mundo sob um viés pop, o grupo visa a um som universal sem se distanciar de suas origens. Em “Catapoeira”, os músicos fazem um retorno à forma, buscando uma sonoridade mais orgânica que remete aos seus primeiros lançamentos em cinco faixas inéditas produzidas por Rafael Carneiro no Guella Music. O trabalho foi viabilizado por um financiamento coletivo bem sucedido realizado em 2020.
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“Tendo referência nosso primeiro álbum, esse EP teve um processo inverso. Enquanto no primeiro trabalho nós ficamos quase 3 anos produzindo, em ‘Catapoeira’ foram 3 meses intensos de pré-produção, gravação e finalização, o que sem dúvida foi o maior dos desafios. E além disso nesse EP houve uma busca por uma sonoridade mais orgânica que remetesse as origens d’A Outra Banda Da Lua e por referências das nossas raízes catrumanas”, explica Matheus Bragança (baixo, violão, voz). Além dele e de Marina, o grupo traz em sua formação Edssada (guitarra, bandolim e voz), André Oliva (guitarra, violoncelo, percussões e voz), Mateus Sizilio (bateria e voz) e Daniel Moço (percussões).
Essa saudação às origens é perceptível em momentos como a homenagem a Zé Côco do Riachão, grande compositor e rabequeiro norte mineiro, carinhosamente chamado de “Beethoven do Sertão”, em “Liga Essa Vitrola”; na própria sonoridade mineira-baiana-sertaneja presente de maneira geral; e na referência aos Catopês, um dos mais marcantes signos da cultura montes-clarense.
Foi em Montes Claros (MG) que A Outra Banda Da Lua teve seu início no final de 2015 após o encerramento do Baru Sonoro, até então projeto que Marina Sena e Mateus Sizílio integravam. Após o término, convidaram Edssada (que também integrou o Baru Sonoro) e Matheus Bragança a participar do grupo e fundaram A Outra Banda Da Lua em busca de novas possibilidades. Com shows explosivos nos palcos mineiros, o grupo logo se destacou pela autenticidade e identidade regional forte, seja nas releituras, seja no repertório autoral que surgiu organicamente.
Após circular por dois anos, a banda lançou o primeiro single e clipe, “Serra do Mel”, em 2017, seguido da “Live Session no Sonastério”, uma série de vídeos ao vivo com quatro canções gravadas no estúdio em Nova Lima e em uma nova parceria com o diretor Vito Soares. Ele assinaria também o próximo clipe, “Lua”, abrindo os caminhos para o álbum que sairia em abril de 2020.
Assista ao clipe “Serra do Mel”: https://youtu.be/8jgoUFsdfzY
Assista ao clipe “Lua”: https://youtu.be/n9lAXGwMXhM
Assista a “Na Roça” (Live Session no Sonastério): https://youtu.be/G3PkJ1MV0Sg
“A Outra Banda da Lua” promoveu um encontro entre o lado ancestral e contemporâneo do sexteto, mesclando raízes regionais com pop. O álbum traz 9 faixas autorais e uma releitura de “Desentoado” (Tino Gomes/Charles Boavista), com produção de Rafael Carneiro. O lançamento aconteceu pelo selo Under Discos, do produtor musical e empresário Barral Lima.
Esse breve histórico levou A Outra Banda da Lua a conquistar o primeiro lugar no Prêmio de Música de Minas Gerais, com as canções “Cavalaria” (2017) e “Na Roça” (2018); e a palcos de destaque, como Mostra de Cinema de Tiradentes (MG), Semana Internacional da Música (SIM SP), Hacktown (Santa Rita do Sapucaí/MG), dentre outros.
Agora, o grupo está pronto para mais. A partir do lançamento de “Catapoeira”, Matheus Bragança, Edssada, Mateus Sizilio, André Oliva e Daniel Moço dão continuidade ao projeto.
“Esse EP foi um período em que olhamos para o chão já percorrido, ‘catamos a poeira’, e seguimos em frente, nos adaptando às mudanças que o decorrer da vida nos proporciona assim como várias outras que a banda teve em seu processo. E de certa forma esse trabalho representa essa celebração com tom de despedida/benção à nossa irmã e vocalista, e uma benção/ensaio da ‘nova formação’”, sintetiza Matheus.
Ouça “Catapoeira”: https://smarturl.it/CatapoeiraEP
Fonte: Build Up Media