VEDOVÍ lança EP de estreia com reflexão sobre racismo e branquitude

Após revelar os singles “Mamãe me explicou”, “Maiores rivais” e “Dia de Dentista” como capítulos de uma mesma história, VEDOVÍ apresenta o conceito do projeto como um todo em seu álbum de estreia. O trabalho autointitulado faz uma mescla de referências de hip hop e rock, beats e guitarras, unidos a um vocal rasgado que destila problemas sociais e raciais que ressoam no Brasil de 2020. “VEDOVÍ” está disponível nas principais plataformas de streaming de música.

Ouça “VEDOVÍ”: https://smarturl.it/VEDOVIEP 

O projeto se tornou uma válvula de escape para o artista, um canal para extravasar os versos raivosos que surgem nas canções. Das primeiras composições compartilhadas de forma despretensiosa nas redes sociais, o álbum foi ganhando forma com base em três sustentações: o Pilar Branco, o Pilar Sangue e o Pilar Tudo. O primeiro é evidenciado pela cor majoritária na capa do EP; o segundo é representado pelo círculo avermelhado; por fim, o último surge no desenho de VEDOVÍ e assinado pela artista Francisca Micheline

“O Branco pode ser compreendido como o lugar de fala, ou seja, a posição privilegiada da qual as músicas foram compostas e cantadas, de onde menos precisa-se de ‘esforço’ para perceber as coisas. O Pilar Sangue seria uma outra perspectiva que, embora diferente da do Branco, não se anulam entre si. O Pilar Tudo se refere a um terceiro ângulo de observação que atravessa sem anular nenhum dos outros dois, e possui uma vertente próxima do que se chama de espiritual”, sintetiza VEDOVÍ. “Religiões, filósofos dedicam a vida tentando compreender isso. Isso que nos faz humanos. Pertencentes. Como se a distância entre nossos corpos não passasse de delírios que criamos para tentar organizar as coisas. Mas existe um caminho pra se trilhar entre esses três pilares que com certeza complementam o entendimento pleno desse trabalho”, completa.

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VEDOVÍ é o encontro de trajetórias múltiplas dentro da música. O artista começou a cantar ainda na infância, participando de corais em igrejas, mas foi somente em 2012 que passou a integrar uma banda – a raiz do que viria a ser a sua banda 335, consolidada apenas em 2017. Desde então, o grupo vem chamando atenção com o EP “O Meu Sonho Eu Não Controlo”, onde apresenta letras que vão do poético ao político. 

O projeto surgiu de uma combinação de estudos do cenário rap e hip hop e de uma genealogia de questões sociais. Após alguns protótipos de como seriam as músicas, ele se uniu aos produtores Davi Vale (baixista da 335) e João Gabriel (compositor, cantor e guitarrista) para gravar um disco. Esse nascimento coincidiu com o período de isolamento social causado pela pandemia de coronavírus, e com isso toda a criação de VEDOVÍ teve de ser feita à distância. 

Embora esta não seja sua estreia solo – ele lançou dois álbuns sob o nome de Lucas Rangel: “Penoso” (2017) e “Músicas Infantis Seríssimas” (2018) -, VEDOVÍ surge com o frescor de um olhar renovado. Além das faixas já reveladas “Mamãe me explicou” (com o rapper mirim João Bailly, filho de Mr. Catra), “Dia de Dentista” (feat. maug) e “Maiores Rivais” (com a cantora Natália Esteves), onde aborda temáticas como a exploração do trabalhador e o racismo sistêmico, o EP traz a inédita “Sonho Ruim”, com participação especial de Inferno de Lucas.

“Esse é um lançamento de conclusão, mas toda conclusão é um campo fértil para se produzir. VEDOVÍ passa e deixa sua marca na forma de fazer arte do Lucas. A sensação é que tudo que vier depois terá uma influência muito explícita desse projeto. Esse álbum foi uma aprendizagem na maneira de fazer música e de gravar, possibilitando muitos atalhos que, com certeza, serão inspirados nos próximos projetos”, adianta.

“VEDOVÍ” está disponível nas principais plataformas de música.

 

Fonte: Nathália Pandeló Corrêa

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