EP de Diego Schaun terá capa inspirada em nos anos 70 e apenas voz e violão

EP de Diego Schaun terá capa inspirada em nos anos 70 e apenas voz e violão
Capa do EP - Crédito: Tiago Paim

“Durante Este Tempo”, o segundo EP de inéditas e autorais da carreira do cantor e compositor baiano Diego Schaun, é uma coletânea de quatro canções escritas (ou terminadas) durante o período de isolamento da pandemia de Covid-19. Outras músicas também foram compostas nesta época, mas as faixas “Pra Fora”, “Pra Dentro”, “Pipa” e “Hálito de Pétalas” foram escolhidas por carregarem ligações entre si, o que forma o conceito poético do EP, embora abordem temas, por vezes, diferentes.

O EP começa com duas faixas antagônicas: “Pra Fora” é uma música sobre a importância de se expor os próprios sentimentos e angústias, ainda que seja de frente para o espelho. “Quando se é verdadeiro consigo mesmo, a tendência a ser com os outros é maior. Mesmo que seja dolorido, a cicatriz será uma boa lembrança do rancor que deixou de existir.”, diz Diego. Ao contrário, a próxima faixa, “Pra Dentro”, tem um eu lírico que, num diálogo, pede insistentemente para que o deixe em paz, uma vez que não sabe lidar com suas próprias dores.

A terceira música do EP é considerada por Diego como a música de trabalho. “Pipa” começou como uma canção de amor próprio, mas a partir do conceito do EP, foi modificada. Passou, então, a ser sobre um amor que, de tão imenso e genuíno, é capaz de deixar a pessoa amada ir, o que explica a analogia a “pipa”. “Quando se ama, solta-se a linha e deixa-se a pipa ir com o vento. Amar de longe é amar demais (de forma demasiada mesmo). Quem ama de verdade inclusive deixa ir.”, explica Diego.

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A última faixa tem uma letra inusitada. “Também é uma canção antiga. Surgiu em meados de 2017/2018 quando, certo dia, assisti um vídeo de uma pessoa comendo uma flor. A cena não saía da minha cabeça por semanas… Poeticamente imaginei uma pessoa mastigando uma flor para se apossar do aroma que esta exalava. Numa forma pueril até, sondei o tal hálito de pétalas. A cena é talvez bizarra. Por isso início a canção já me justificando ‘deixa pra lá, não leve a mal… não tô ficando louco’. Deixei esta canção para o final para dar um ar de leveza, já que as três anteriores são brigas de dândis, chavões sobre amor ágape e reflexões mais sérias.”

O EP tem um arranjo bastante simplificado, apenas voz e violão, em um movimento inverso aos lançamentos anteriores do artista que tinham diversos instrumentos e efeitos. “Fiz poucos arranjos e poucas dobras de violão, porque a ideia é trazer para o ouvinte a sensação de que ele está me ouvindo ali perto.”, diz Diego. O EP tem uma ficha técnica enxuta quanto à gravação, uma vez que, além de Diego, apenas a mixagem e masterização foram feitas por outras mãos, as de Charles Williams.

Na capa do EP, o artista buscou inspiração nos discos dos anos 1970, em especial, os de Caetano Veloso. “Pensei numa capa que fosse objetiva, que dissesse exatamente o que se ouve no EP: voz e violão! Por isso estou sentado com o violão em punho. A parte de trás tem uma espécie de pano esticado e dá pra ver pelos vincos que é mesmo um pano. Quis deixar essa ideia de algo mambembe, como um circo ou arte de rua com improviso, já que as canções soam exatamente do jeito que as compus.”, acrescenta ele.

O EP “Durante Este Tempo” entra no ar no próximo dia 14 de abril (sexta-feira), em todas as plataformas de streaming.

Faixa a Faixa (escrito por Diego Schaun)

“Pra Fora”

Esta canção é a mais recente que escrevi entre as quatro do disco. Criei a melodia inteira e a deixei no celular. Não tinha ainda uma letra. Ainda na quarentena, quando comecei a esboçar a ideia de um disco/EP, listei todas as possíveis canções que queria e achei que estava faltando aquela, do celular. Mas ela não tinha letra. Ora, pra ser antagônico com a canção “Pra dentro” (falarei dela em seguida) resolve escrever uma letra oposta. Gosto destas dualidades e gosto de causar no ouvinte aquela coisa “Ué, ele falou isso na música agora está dizendo ao contrário; o que ele quer dizer afinal?”. Assim surgiu a letra de “Pra fora”. Nesta música trato sobre a importância em falar as coisas que sente, mesmo que seja de frente para o espelho. Quando se é verdadeiro consigo mesmo, a tendência a ser com os outros é maior. Mesmo que seja dolorido, a cicatriz será uma boa lembrança do rancor que deixou de existir. 

“Pra Dentro”

Esta é a canção mais antiga do EP. Comecei a escrevê-la em 2017. Mas ela ficou pela metade. Era aquele tipo de canção que você sabe que tem futuro, mas precisa maturar. Durante a quarentena terminei as estrofes rapidamente que faltavam. Nela trato exatamente o oposto da canção “Pra fora”. O eu lírico, como se estivesse falando com alguém repete insistentemente para que esta pessoa o deixe em paz, que não lhe conte seus problemas porque, afinal, somos todos iguais e ele pode até atrapalhar já que nem sabe lidar com suas próprias dores. 

“Pipa

Esta faixa tinha um refrão diferente do atual. Era uma canção que falava de uma história de amor, mas de amor a si mesmo. Depois de um tempo, já em preparação para o EP percebi que não fazia muito sentido falar desta forma, tão egocêntrica. Quem se interessaria? Mudei a letra e coloquei alterações importantes, colocando o amor como algo genuíno e puro. Associei a pipa à pessoa amada. Quando se ama, solta-se a linha e deixa-se a pipa ir com o vento. Amar de longe é amar demais (de forma demasiada mesmo). Quem ama de verdade inclusive deixa ir.

“Hálito de Pétalas”

Também é uma canção antiga. Surgiu em meados de 2017/2018 quando, certo dia, assisti um vídeo de uma pessoa comendo uma flor. A cena não saía da minha cabeça por semanas… Poeticamente imaginei uma pessoa mastigando uma flor para se apossar do aroma que esta exalava. Numa forma pueril até, sondei o tal hálito de pétalas. A cena é talvez bizarra. Por isso inicio a canção já me justificando “deixa pra lá, não leve a mal… não tô ficando louco”. Deixei esta canção para o final para dar um ar de leveza, já que as três anteriores são brigas de dândis, chavões sobre amor ágape e reflexões mais sérias. 

Ficha técnica

Voz e violão: Diego Schaun

Composições: Diego Schaun

Mixagem e masterização: Charles Williams

Capa (foto e edição): Tiago Paim 

Sobre Diego Schaun

Formado em História e Letras e atualmente acadêmico de Licenciatura em Música, o baiano Diego Schaun iniciou sua carreira profissionalmente como cantor e compositor aos 18 anos, no disco de estreia “Carpe Diem” (2010), apesar de tocar em bandas desde o início da adolescência.

Fiel à música folk, sua sonoridade é sempre voltada para a simplicidade, com o violão como grande companheiro nos arranjos e nos momentos criativos. Sua discografia é composta por 3 discos, 2 EPs e 4 singles. Nas letras de cada uma dessas canções apresentadas, Schaun se compromete em versar sobre seus questionamentos internos, percepções próprias do dia a dia.

As influências musicais de Diego vão de artistas brasileiros aos internacionais, tendo Humberto Gessinger como a principal, seu ídolo maior. Diego também é inspirado em nomes como Nick Drake, Elliott Smith, The Decemberists, Bryan Adams, The Beatles, Alceu Valença, entre outros.

Diego Schaun já participou como entrevistado em vários programas de TV e da internet, desde os regionais aos de rede nacional. Dentre os festivais que participou, chegou à semifinal do FENAC (Festival Nacional da Canção 2022), levando o terceiro lugar com três músicas selecionadas. Em 2012, foi o artista mais votado na internet do prêmio TNB Toque no Beco 203.

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