O inquieto filho baterista de Janete Clair e Dias Gomes está de volta, com novo álbum solo, o seu 12º, agora mergulhando fundo em uma paixão antiga, o jazz, em especial os clássicos mundialmente conhecidos, obrigatórios em qualquer playlist do gênero. Acompanhado por um respeitável time de músicos (Jessé Sadoc, trompete / Widor Santiago, sax tenor / Jefferson Lescowich, baixo / Lulu Martin, teclado), Alfredo Dias Gomes está lançando “Jazz Standards”, seu primeiro disco exclusivamente dedicado ao jazz. Gravado em seu próprio estúdio, na Lagoa – RJ, o lançamento já está disponível, como CD físico e download na CD Baby, e nas plataformas digitais, com download e streaming no Apple Music, Spotify, Deezer e Youtube Music. No repertório, “Cherokee”, “Seven Steps to Heaven”, “Lazy Bird”, “Red Clay”, “Solar”, “Giant Steps”, “A Night in Tunisia”, “Caravan”e “Footprints”.
O estilo livre e solto de se tocar, inato ao jazz, já era uma característica notória do baterista quando gravou, no início de sua carreira, o icônico “Cérebro Magnético”, do Hermeto Pascoal. Um pouco antes, aos 16 anos, Alfredo teve aulas com o baterista e percussionista americano Don Alias, ícone das baquetas, que gravou, inclusive, o lendário disco “Bitches Brew”, do Miles Davis. “Estávamos nos anos 70 e, para surpresa do Don, eu estava perfeitamente familiarizado com aqueles ritmos”, lembra Alfredo. “Então ele me passou exercícios de jazz, aí o ‘bicho pegou’! Era completamente diferente de tudo que eu já havia tocado. A condução do ritmo não era no bumbo e na caixa e sim no prato e no hi-hat; o bumbo e a caixa tocavam sempre antecipados, sempre criando, sem um padrão definido, livre!”, complementa. E foi justamente essa concepção de tocar “free” que o ajudou com Hermeto Pascoal em seguida, aplicando a linguagem jazzística com ritmos brasileiros. A influência do jazz, especialmente dos standards, se deve em muito a sua participação em shows de Márcio Montarroyos, quando, de fato, tocou os standards pela primeira vez.
Mas foi a partir dos anos 2000, a convite do amigo pianista Lulu Martin – companheiro de longa data e integrante da banda pop dos anos 80 “Heróis da Resistência”, da qual Alfredo também fez parte – que o chamou para tocar na noite, até então uma experiência inédita, uma vez que estava acostumado a tocar em grandes teatros, casas de shows, ginásios, festivais ao ar livre, sempre alto, pra muita gente, ao contrário das tradicionais “gigs” de jazz, com a necessidade de se tocar mais baixo, com poucas peças de bateria e, muitas vezes, sem nenhum ensaio. O flerte com o jazz esteve presente na maioria de seus discos solos, porém nunca de forma tão exclusiva, uma vez que o fusion e o jazz rock, com suas misturas de ritmos e timbres, eram a tônica das suas releituras ou composições autorais. Desta vez, Alfredo Dias Gomes lança, enfim, seu primeiro álbum, literalmente, como um legítimo jazzman.
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ALFREDO DIAS GOMES
Nascido no Rio de Janeiro, em 1960, Alfredo Dias Gomes estreou profissionalmente na Música instrumental aos 18 anos, tocando na banda de Hermeto Pascoal. Gravou o disco “Cérebro Magnético” e tocou em inúmeros shows, com destaque para o II Festival de Jazz de São Paulo e o Rio Monterrey Festival. Alfredo tocou e gravou com grandes nomes da música instrumental, da MPB e do rock nacional, como Márcio Montarroyos, Ricardo Silveira, Arthur Maia, Nico Assumpção, Ivan Lins, Lulu Santos e fez parte da primeira formação do grupo Heróis da Resistência.
Completam sua discografia os CDs Solar (2019), Ecos (2018), JAM (2018), Tribute to Don Alias (2017), Pulse (2016), Looking Back (2015), Corona Borealis (2010), Groove (2005), Atmosfera (1996, com participações de Frank Gambale e Dominic Miller), Alfredo Dias Gomes (1991, com a participação especial de Ivan Lins) e o single Serviço Secreto, de 1985.
CD JAZZ STANDARDS – Alfredo Dias Gomes –
Link para download ou streaming
https://www.reverbnation.com/
https://store.cdbaby.com/cd/
Músicos: Alfredo Dias Gomes (Bateria), Jessé Sadoc (trompete),
Widor Santiago (sax tenor), Jefferson Lescowich (baixo) e Lulu Martin (teclado).
Fonte: Fabio Cezzane